Autoconhecimento não serve para nada
Você deve ter pensado que eu fiquei desorientada para escrever a frase acima
Mas, você iria se surpreender com a quantidade de vezes que eu já ouvi isso desde que comecei a trabalhar com desenvolvimento humano.
Talvez você também possa pensar assim e eu entendo. De repente, você nunca experimentou olhar para dentro de si ou, quem sabe, não se sentiu muito confortável em começar a buscar mais informações sobre você. E, ao mesmo tempo que o autoconhecimento é extremamente relevante para todas as áreas da sua vida, algumas vezes ele é retratado de qualquer jeito, como se fosse algo mágico e inalcançável, criando aquela aura de dúvida: será mesmo que eu preciso disso? Por isso, quero iniciar nossos papos por aqui pelo começo de tudo: conhecer a si mesmo não tem nada de sobrenatural. Cada passo que você dá nessa jornada, impacta positivamente na sua vida pessoal, profissional e nos seus relacionamentos. As coisas vão mudando para melhor. Não porque o outro muda, mas, porque você muda. E quando você muda, tudo muda. Pode acreditar, porque eu sou um exemplo vivo disso. Comecei minha carreira há quase trinta anos. Nos primeiros anos eu não fazia ideia do que era autoconhecimento, não planejava os próximos passos profissionais e ia seguindo, como na música do Zeca, no estilo “deixa a vida me levar”. Porém, ao assumir o meu primeiro cargo de liderança, comecei a ficar muito incomodada com algo que eu não entendia bem o que era e a me questionar sobre várias coisas. Foi nesse momento que decidi fazer minha formação como coach. E, foi nessa época, que minha chave virou. O processo não é moleza. Olhar para dentro de você pode ser doloroso sim. Imagina achar aquele ponto a desenvolver que você fingia que não via e agora está lá, claro como água. Imagina tomar pé das suas limitações. Nossa, você vai ter mesmo vontade de parar por ali. Mas, imagina conhecer todos os seus pontos fortes, se desenvolver cada vez mais e começar a se destacar, na sua carreira e na sua vida. Pensa em como é entender quem você é, o que sente, o que deseja alcançar e, melhor ainda, saber o que você não quer. Sim, isso é incrível e libertador. Quando sabemos quem somos, quais são nossos valores, habilidades e limitações, conseguimos tomar decisões mais acertadas,
encontrar propósito e significado em nossas escolhas e relacionamentos, além de aprendemos a lidar melhor com os desafios que a vida nos apresenta. O autoconhecimento é um processo contínuo. Uma jornada que pode começar na hora em que você quiser, mas nunca acaba (e acredite em mim: quando você começar, nunca mais vai querer parar … vai querer descobrir mais e mais sobre você sempre). Gosto muito de dizer que somos como um quebra-cabeça. Vamos colocando umas peças… tirando outras … só que esse jogo nunca se completa, porque estamos buscando, constantemente, perceber qual peça se encaixa melhor agora. Então, gostaria que você se animasse e começasse essa jornada do autoconhecimento hoje e, para isso, vou te dar algumas dicas:
1- Reflita sobre seus valores e crenças. Nossos valores são a base de tudo e, se as crenças forem positivas, ótimo. Você vai usá-las a seu favor. Mas, se forem negativas, busque mudar o significado delas para que não sejam âncoras na sua vida.
2- Faça uma lista dos seus pontos fortes e fracos. Peça para quatro pessoas em quem você confia para te enviarem, por escrito, 4 pontos fortes e 4 pontos fracos seus. Pode te dar um certo medo, mas você vai se impressionar com o resultado.
3- Analise e entenda seus sentimentos. Todos os sentimentos são importantes e quanto mais nos conhecemos, mais aprendemos a gerir o que sentimos; e
4- Abra sua mente e coração para novas experiências e aprendizados. Eu sei que sair da zona de conforto dá medo, mas só assim o crescimento vem.
Ah, e o meu processo? Me libertou para ser eu mesma, planejar minha carreira, aprender a dizer não, escolher os meus projetos e, mais importante ainda, ajustar a rota quantas vezes forem necessárias. Acerto todas as vezes? Claro que não. Já tomei decisões das quais me arrependi. Mas, sabe o melhor: saber identificar que o planejado não saiu conforme o esperado e poder sentar e planejar de novo, com a assertividade que conhecer a mim mesma me traz todos os dias.